«Onde Vamos Morar», de José Maria Vieira Mendes, encenada por Jorge Silva Melo, marcou o regresso ao teatro de Sérgio Godinho. Aos 62 anos e com quase 40 de intensa actividade em distintas áreas das artes e do espectáculo, o criador de tantas canções eternas ainda fica com um brilhozinho nos olhos quando fala do entusiasmo com que encara cada acto criativo.
Autores – Voltaste ao teatro quase 20 anos depois…
Sérgio Godinho – Sim, 19 para ser exacto. Embora tenha feito coisas para televisão – «Um Jipe em Segunda Mão», «A Birra do Morto»… – em teatro mesmo já não fazia há muito tempo, por diferentes razões: porque os convites muitas vezes apareceram fora de época, quando eu estava a preparar um disco, por exemplo, ou tinha compromissos de espectáculos que iam inviabilizar isso; ou porque às vezes os projectos não eram os que me estimulavam mais ou eu sentia que não podia ter a disponibilidade suficiente para os ensaios e para o tempo de estadia durante a vigência da peça, que tem de ser grande. Mas, a outros níveis, nunca estive longe do teatro: o disco Ligação Directa, por exemplo, foi atrasado porque o Ricardo Pais me pediu para fazer a música dos UBUs, o que me deu muito gozo – e é um espectáculo que tenho imensa pena que não tenha vindo à capital, porque tinha uma qualidade muito grande. Portanto, nunca tive longe do teatro. Mas como actor sim, estava.
A – Pouco antes da estreia desta peça, dizias que o teatro te faz falta.
SG – Faz, faz-me falta. Porque nos interroga, através do próprio processo de construção das personagens, sobre a maneira como nós somos e como interpretamos. No fundo, o trabalho dum actor, dum intérprete, é fazer a ponte entre nós mesmos e algo que nós julgamos que está no texto, mas que no fundo é uma interpretação pessoal. E neste caso o texto do Zé Maria nem sequer dá muitas indicações de intenção, dá apenas as frases, o que deixa uma grande margem para a interpretação pessoal. E foi isso que me deu gozo neste trabalho.
A – Tu tens, desde o início, uma dimensão muito teatral na música. Será porque também começaste na música através do teatro?
SG – Comecei com o «Hair», que me deu o traquejo de palco. Mas esse interesse já vinha do meu gosto pelo teatro, em adolescente. Não só como espectador – ia muitas vezes ver o Teatro Experimental do Porto, ainda no tempo do António Pedro – mas também porque o meu primeiro contacto com os palcos de uma forma mais activa aconteceu quando entrei para a Universidade, no Porto, e me inscrevi no Teatro Universitário. O teatro sempre foi um gosto meu, assim como o cinema, e a música era o outro. Quando saí de Portugal estive dois anos a estudar psicologia em Genéve, e no segundo ano entrei em crise completa porque percebi que uma carreira académica não ia ser aquilo que me ia preencher e decidi duma vez por todas que o meu trabalho seria pelas artes. No plural. Sendo que, nessa altura a música era uma coisa que queria fazer – eu tocava desde os 15 anos, ainda não compunha – mas também o teatro e o cinema eram coisas que estavam nos meus horizontes. E esse momento fracturante da minha vida, que não teve ponto de retorno, quando eu decidi abandonar os estudos e ser uma espécie de «vagabundo existencial» e ir pela Europa fora à boleia, e trabalhar num barco, ir até á Jamaica, essas coisas todas… Ocasionalmente acabei por ir ter a Paris em fins de 67, em Paris, e depois aconteceram outras coisas, como o Maio de 68, e conheci o Zé Mário [Branco], o Luís Cília – tudo isso fez com que a música crescesse, maws o teatro nunca deixou de estar presente na minha vida
A – Aliás, de certo modo, foi através do teatro que regressaste a Portugal, em 74…
SG – Eu vim para Portugal, depois do 25 de Abril, em Maio, andei nos cantos livres, mas depois voltei ao Canadá onde trabalhava exactamente com um grupo de teatro. Entretanto, nasceu a Joana, minha primeira filha (e da Shila) e estava já a fazer as malas para vir Portugal quando fui convidado para fazer o espectáculo «Liberdade, Liberdade», com o João Perry e a Céu Guerra, que foi um verdadeiro baptismo de fogo, era uma peça feita de textos muito díspares. Por isso, ironicamente, a minha vinda para Portugal deveu-se ao teatro – embora, como digo, estivesse a fazer as malas: estava a preparar o terceiro disco, À Queima-Roupa, e algumas canções têm a base feita lá: a Etelvina, a própria Liberdade – «a paz, o pão, habitação…» – têm o instrumental feito no Canadá, porque estava a pensar ficar por ali mais um bocado. Até que percebi que não fazia sentido estar do outro lado do mundo quando se estavam a passar coisas em Portugal que tinham a ver comigo e nas quais eu era, apesar de tudo, um interveniente por via da música, dos dois discos que já estavam editados.
A – Lembro-me de que a Maré Alta («A liberdade está a passar por aqui…») não parava de passar nas rádios, no dia 25 de Abril e nos dias seguintes…
SG – Pois. Essa é uma canção que de certo modo eu quis premonitória. Foi feita em 71, está n’Os Sobreviventes e o conceito era o seguinte: o chão que nós pisamos é livre, defendamo-lo. Mesmo que ele não esteja libertado, ele é livre. É um texto curtíssimo, e é uma afirmação que se pretende para o futuro.
A – Apesar de todas as experiências em várias artes, as canções são a essência da tua vida. Sem te pedir um balanço, como é que vês a tua evolução nestes 37 anos? Há alguma coisa nos teus primeiros discos que te faça pensar: «Eu não faria esta canção hoje»?
SG – Não faria provavelmente da mesma maneira algumas canções. Por exemplo: a única canção que tenho com o nome de uma mulher que era, de facto, a interlocutora, é a Paula. Esse tipo de coisas não faria hoje da mesma maneira, mas são questões formais que não têm importância nenhuma. E não é por negar nada, porque até hoje a Paula é uma grande amiga minha. Penso que há ingenuidades em algumas primeiras canções, mas ao mesmo tempo havia uma certa maturidade. Gravei o primeiro disco quando tinha 26 anos, já não era um miúdo, embora a questão da maturidade não passe necessariamente pela idade que se tem. Há pouco falava da peça do José Maria Vieira Mendes, que tem 30 e poucos anos, mas que tem uma enorme maturidade. O meu personagem, que tem 60 anos e é um tipo acabado, está em perda perante a morte. A maturidade tem muito mais a ver com a cabeça do que com o corpo. Por isso… Há algumas que eu não cantaria agora, por razões circunstanciais.
A – As mais marcadas pelo tempo…
SG – Há canções que falam de questões específicas de um momento político muito particular, e que portanto não fazia sentido cantar hoje da mesma maneira. Mas, por exemplo, há uma canção do primeiro disco pós-25 de Abril que continuo a cantar que é o «Liberdade», uma canção de teor fortemente político, inspirada numa palavra de ordem, um graffiti posto em música. Já uma canção como Os Pontos nos Is, sobre a Reforma Agrária, que é uma coisa que evoluiu num sentido diferente do que se desejava, é uma canção de que eu gosto muito, mas que hoje não sinto um grande estímulo para cantar. E também penso que a nível formal, seja como são interpretadas ou dos arranjos, as coisas também foram evoluindo, e isso tem muito a ver com os núcleos com que fui tocando ao longo dos tempos. Há canções que já experimentei de várias maneiras, e às vezes em espectáculos diferentes a mesma canção é tocada de modos diferentes. Um dos exemplos é uma canção justamente chamada «Espectáculo» (Quando tu me vires no futebol...) que já teve uma versão com os Clã que era muito roqueira. A própria versão que estamos a praticar neste momento em palco é bastante roqueira, mas às vezes apetece-me tocá-la só eu com a guitarra. Essa agilidade para mim é essencial.
A – Gostas de voltar às canções antigas e acrescentar-lhes mais qualquer coisa?
SG – Às vezes são até sugestões dos músicos: agora reinventámos uma versão d’«O Rei vai Nu», foi uma sugestão do Nuno Rafael. E é curioso que sejam os próprios músicos a serem estimulados por coisas que já têm algum tempo. Outras vezes sou eu que me lembro duma canção e me apetece reavivá-la de outra maneira. Isso aconteceu ainda agora com «Os Dias Úteis», que está com um arranjo lindíssimo. Não é nenhuma obsessão de fazer novo ou de fazer diferente. Mas entendo que uma canção é um corpo, e por isso não é uma mera questão de roupagem: a roupa transforma o corpo, quer se queira, quer não. Isso acontece-me naturalmente, mas há pessoas que me cobram isso: «Os seus arranjos dantes é que eram bons, isto agora é outra coisa...» Houve uma altura em que me diziam muito isso, agora menos. Mas o lado positivo é o factor surpresa perante uma canção que já se conhece e onde de repente aparecem outros sons. Isso pode ser muito estimulante, até para mim: quando os músicos me aparecem com um novo arranjo, isso é muito estimulante.
A – Dos músicos da tua geração, tu és dos que mais fácil e mais regularmente têm feito a ponta com gerações mais novas. Isso é para estar em dia com os mais novos, ou são eles que te procuram?
SG – Não, isso não é para querer estar em dia, até porque eu acho que as coisas quando são calculadas a esse nível, geralmente saem furadas. Soam forçadas e soam artificiais e ficamos com uma pobre imagem de nós mesmos – e eu não gosto de ter com uma pobre imagem de mim mesmo. O que aconteceu foi que houve músicos que vieram ter comigo e me propuseram colaborações. O caso dos Clã é talvez o mais paradigmático: eles iam fazer um espectáculo à Expo 98 e propuseram-me uma colaboração de fundo, que depois deu um espectáculo, «Afinidades», que redundou num disco ao vivo. E houve outros: com o Da Weasel, com os Silence 4, malta que veio ter comigo a propor-me colaborações. Não sou eu que ando propriamente à procura disso. Outro caso tem a ver com o «núcleo duro» dos agora chamados Assessores, a minha banda: o Nuno Rafael e o João Cardoso (e o Sérgio Nascimento) tinham tocado comigo como convidados no Domingo no Mundo. E depois resolvi fazer uma espécie de banda provisória, que está documentada no Rivolitz, com dois bateristas, o Kalu e o Paleka, que tocava nessa altura comigo, e o Nuno Rafael e o João Cardoso, e correu muito bem. O Nuno, o João e o Sérgio tocavam nos Despe e Siga e a certa altura houve um certo afastamento deles em relação aos outros, e vieram ter comigo a propor uma espécie de renovação radical na banda. Estas coisas são sempre difíceis de resolver, nunca é agradável ter que dispensar alguém, mas a maior parte dos músicos percebeu que a minha evolução tinha de passar por aí. Eu não sou uma pessoa autoritária, mas há uma altura em que temos de olhar para nós, e para dar certos saltos é necessário ser um bocadinho egoísta. Portanto, tudo isto aconteceu naturalmente. Mas dá-me uma grande prazer, até porque crio uma relação muito natural com pessoal de outras idades – não gosto do termo geração porque a minha geração, aquilo que eu sinto como a minha geração, é extremamente fluído, tenho muita dificuldade em defini-lo…
A – A questão da idade preocupa-te?
SG – Claro que me preocupa, porque é evidente que a idade pesa – às vezes até pesa em quilos… Uma das coisas que achei curiosa nesta peça do Zé Vieira Mendes é que eu teria que me confrontar com um tipo da minha idade, mas que está mais acabado do que eu, mais amargurado, mais desesperançado, e que acaba a falar activamente da morte, do seu enterro, do sítio onde vai morar. Essa confrontação, que é dura na peça, para mim é-me necessária, é uma interrogação sobre mim mesmo. Não temos que fugir a isso, nem temos que nos sentir magicamente...
A – ...possuidores do «elixir da eterna juventude».
SG – Que estava marado, como diz a canção… A idade existe, não há nada a fazer. Mas temos de puxar por nós, até fisicamente. Eu procuro fazer exercício – embora muitas vezes tenha uma vida desregrada –, temos de ser um certo tino. Mas claro que cada um escolhe o seu caminho, eu também já tive alturas em que isso não era uma prioridade. Neste momento não é uma prioridade, mas é uma realidade. E tenho de puxar pela autodisciplina, porque não tenho muita. Até no aspecto criativo: quando há uma deadline, quando estou a fazer um disco ou uma canção para alguém – como agora fiz a canção do «Pirilampo Mágico», com as Tucanas...
A – Trabalhas bem sobre pressão?
SG – Creio que sim. Sob pressão e quando há um estímulo que me faz compor numa determinada direcção. E depois aparecem temas ou canções que, por vezes, vivem autonomamente...
A – Além da música e do teatro, já escreveste livros, realizaste filmes… Dá ideia que tens igual facilidade em fazer uma canção ou escrever uma história. É por seres um homem «das artes», como dizias?
SG – O acto criativo é aquilo que me estimula em si, não acho que haja barreiras aí. Há é saberes. Por exemplo, no Pequeno Livro dos Medos eu fiz as aguarelas, foi uma coisa que nasceu assim quase do nada, mas eu não tenho uma técnica ou um saber que me permita ir mais além do que um determinado momento de inspiração. Assim como realizei os meus filmes e também aí tem de haver um saber técnico mínimo. Há também um trabalho intuitivo com os actores, fiz uma peça infantil… Mas em tudo isso há uma preocupação de não dar um passo maior do que a perna. Porque é evidente que se eu quisesse fazer um filme cheio de movimentos acrobáticos de câmara e de efeitos especiais não o saberia fazer. Assim como lá porque fiz umas aguarelas não ia competir com um pintor de renome, que sabe muito mais do que eu. É muito importante sabermos os nossos limites, mas por outro lado também é importante não ter medo de criar. Temos de ser muito autocríticos, conhecer na prática quais são os critérios: porque é que se escolhe esta frase, seja musical ou literária, porque é que se usa este conceito, porque é que organizamos a história assim... Outro dia fui fazer uma conversa com universitários e perguntaram-me se não sentia que no tempo da ditadura, por causa de não se poder dizer tudo, o poder da metáfora ajudava à criatividade e à invenção. Ora eu acho que isso aconteceu circunstancialmente, mas o certo é que sempre usei a metáfora porque estimula a imaginação. E há outras coisas: a absurdo, o poder da métrica e da rima, a dinâmica musical que faz com que uma canção avance para um determinado ponto…
A – As preocupações sociais de hoje são diferentes das de há 30 anos, porque o mundo evoluiu. Mas, na essência, as tuas preocupações como criador são muito diferentes do que eram?
SG – Não, basicamente não são. Há uma formação pessoal, ética, intelectual, que foi construída numa altura da minha vida em que fiz certas escolhas. Mas claro que entretanto aconteceram muitas coisas na minha vida – a nível pessoal, das relações, das peripécias, das contrariedades, do nascimento dos filhos, tudo isso... Uma canção chamada «O Primeiro Gomo da Tangerina» provavelmente não a teria feito se não visse a minha filha a comer uma tangerina e a torcer a boca com o amargo e doce da fruta. Mas isso são as circunstâncias da vida, tal como outras coisas que me foram acontecendo: as minhas prisões no Brasil, o ter vivido em vários países, ter voltado para cá numa altura importante, ter vivido tudo o que vivi entretanto, tudo isso são coisas que foram e moldam. Mas fazem-no dentro de um núcleo que já existe de uma maneira muito forte...
A – Como é que encaras o modo como a indústria da música tem evoluído nestes últimos anos – e sobretudo aqueles que mais preocupam os autores, como seja o caso da massificação dos downloads de música pela internet?
SG – Não consigo perspectivar. Acho que houve um vazio legal, com o advento da internet e a possibilidade do acesso «livre» – chamemos-lhe assim, porque este «livre» tem algumas aspas... – à música, com a intensificação da pirataria, os downloads, e a falta de resposta de uma legislação que defenda os criadores e todos os agentes que estão envolvidos. Houve esse hiato que foi fatal, vai levar muitos anos a recuperar. Porque deu uma quebra enorme nos chamados rendimentos – os meus são magros porque vivo num país pequeno e com um mercado minúsculo, o que faz com que de certo modo isso ainda se sinta mais. Eu não gosto do choradinho, mas a verdade é que a situação não está brilhante. Uma resposta possível passa pela capacidade de fazer espectáculos ao vivo – o que, com uma banda como a minha, implica só em palco 18 pessoas, mais os técnicos de som, de luzes, a gente da produção… Creio que o problema do mecenato e dos patrocínios está ainda a ser tratado de uma forma incipiente em Portugal. E penso que uma das funções deste novo Ministro da Cultura é dar um impulso nisso. Julgo que ele está a retomar a ideia de agilização dos auditórios em rede que começou com o Carrilho, e penso que bem. Hoje temos tantos auditórios magníficos, sejam transformados, sejam construídos de raiz, que muitas vezes basta uma diferença de atitude, um estímulo. Que, por vezes, já se nota a nível local: eu sei do exemplo de Tondela, ou do Teatro Municipal da Guarda onde começou a haver uma programação variadíssima e que é um pólo de atracção para as cidades em volta. Todos esses esforços conjugados são importantes. Levar a música aos sítios continua a ser um grande problema, mas depois quando acontece as salas estão cheias, as pessoas adoram. Essa acção conjugada da vontade das autarquias de investir na cultura, em acontecimentos que às vezes não se esgotam no próprio dia porque deixam raízes, nos próprios criadores locais, nas pessoas que fruem da cultura, que se enriquecem com isso.
Um criador inquieto
Sérgio de Barros Godinho nasceu no Porto em 1945, poucos dias depois do bombardeamento de Hiroshima e do fim da II Guerra Mundial. Cerca de vinte anos depois, uma outra guerra, que em África tolhia o futuro da juventude portuguesa, levou-o aos caminhos do exílio: à Suíça, primeiro, onde durante dois anos estudou Psicologia, depois a Paris, finalmente ao Canadá, onde vivia em 25 de Abril de 1974. Pelo meio correu meio mundo, de barco e à boleia, empenhado em não deixar que a vida lhe passasse ao lado.
No início dos anos 70 gravou dois discos – Os Sobreviventes e Pré-Histórias, que, juntamente com Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades e Margem de Certa Maneira, de José Mário Branco, constituíram um ponto de viragem importante na música portuguesa que até então se fazia. De regresso a Portugal, já em liberdade, continuou a fazer da música a sua actividade principal, embora com contributos mais ou menos regulares para o teatro, o cinema e até a literatura.
Algumas das suas canções marcaram não apenas a sua vida como a de todos os nós: O Primeiro Dia, Com um Brilhozinho nos Olhos, Lisboa que Amanhece, A Noite Passada tornaram-se parte integrante do património cultural português, e são hoje referenciais artísticos e vivenciais que é impossível ignorar.
Actualmente, com vinte discos gravados e mais uma mão cheia de ideias para novas canções e projectos, Sérgio Godinho mantém viva a mesma inquietude criativa que tem marcado toda a sua actividade até hoje. Já ganhou quase toadas distinções que há para ganhar, mas, em definitivo, não é isso que o faz correr. Prefere antes continuar atento e disponível para a vida que continua a ser a principal matéria-prima de que são feitas as suas canções. E o resto.
Revista Autores - Abr/Jun 2008